De Técnico em Mineração à Mestrando em Engenharia de Materiais: entrevista com o ex- aluno Luan Vasconcelos

Sinceramente, não me imaginava onde estou hoje. Mas acredito que o Luan de 2010 estaria orgulhoso de ver o Luan de 2021 chegar aonde chegou.

Luan Marcel Costa Vasconcelos ingressou no curso Técnico Integrado em Mineração do IFMG campus Congonhas em fevereiro de 2010 IFormou-se em abril de 2014. Decidiu continuar os seus estudos nessa mesma instituição, cursando Engenharia Mecânica de 2015 a 2021. Hoje o ex-aluno do IFMG-Congonhas faz Mestrado em Engenharia de Materiais na UFOP. Nesta entrevista, Luan nos conta um pouco sobre sua trajetória acadêmica e suas perspectivas profissionais.

Como sua formação no IF influenciou a escolha de seu curso atual? Houve alguma motivação ou influência pessoal?

R. O contato com professores mestres e doutores no campus me despertou o desejo de seguir na pós-graduação, porém eu ainda não sabia em qual área seguir depois de concluir a graduação. A influência mais forte veio do professor Felipe Farage. Em 2017, na III Semana das Engenharias, ele ministrou um minicurso sobre a steelChallenge, que é uma competição de simulação virtual de produção de aço, promovida pela Steeluniversity. No final, houve uma pequena competição entre os participantes do minicurso, utilizando o simulador do conversor BOF. Fiquei em segundo lugar e o prêmio foi uma vaga na equipe de estudos coordenada por ele. Além da steelChallenge, trabalhei com o Farage em projetos de iniciação científica, aprendi a operar praticamente todos os equipamentos dos laboratórios de Ensaios Mecânicos e de Metalografia.  Com isso, também pude ajudá-lo em aulas práticas nesses laboratórios. Escrevi e publiquei meus primeiros artigos científicos, aprendi a pesquisar, tomei gosto pela pesquisa e pelo ato de publicar artigos científicos. Sou muito grato a ele por ter confiado em meu trabalho, pelas boas influências e por todo conhecimento compartilhado.

Há alguma relação entre o curso Técnico em Mineração, a Engenharia Mecânica e o Mestrado em Engenharia de Materiais?

R. Acredito que sim. Façamos uma análise, utilizando o elemento Ferro como exemplo. No curso Técnico em Mineração, aprendemos desde a etapa de prospecção mineral até a obtenção do minério. Na graduação em Engenharia Mecânica, em uma das disciplinas, aprendemos sobre a utilização do minério de ferro na produção do aço. Em outras disciplinas, também aprendemos sobre as propriedades mecânicas de diferentes tipos de aço e processos de fabricação, utilizando esse material a fim de selecionar o aço adequado para aplicação em um componente mecânico ou na estrutura de um projeto. No mestrado em Engenharia de Materiais, dentre os tipos de materiais que são estudados, estão os materiais metálicos. É como se um curso promovesse uma sequência de determinado assunto visto no curso anterior.

 O fato de a principal atividade econômica de Congonhas ser a mineração tem relação com a escolha de sua formação acadêmica e profissional?  

R. Na escolha do curso técnico, sim. Já na escolha do curso de graduação, nem tanto. Na verdade, a escolha da Engenharia Mecânica foi assim: “Fui aprovado no processo seletivo e quero ver como é o curso”. Nesse tempo, acabei gostando do curso e segui em frente até concluí-lo.

Você sempre teve certeza de que queria seguir na academia ou quando ingressou no curso técnico achava que trabalharia apenas como técnico?

R. Não. Eu me imaginava terminando o curso técnico e conseguindo um emprego na área da minha formação. Em seguida, cursando alguma engenharia que estivesse alinhada com a minha área de atuação.

Como foi a sua caminhada até a aprovação no mestrado e de que forma as atividades que você realizou ao longo da graduação auxiliaram o seu ingresso na pós-graduação?

R. Desde o momento em que fiquei sabendo da abertura do edital do processo seletivo até o dia em que fiz minha inscrição, foi uma correria para poder solicitar os documentos a tempo. Quando fiz a minha inscrição no processo seletivo, eu estava com algumas pendências para poder concluir o curso de Engenharia Mecânica, sendo elas o TCC e o estágio. Não sabia como a comissão avaliadora iria lidar com o meu caso, mas acabou que deu tudo certo. Pude contar com a ajuda dos professores Felipe Farage e Frank, além da ajuda do Gustavo Souza. Também fui auxiliado por pessoas de outros setores do IFMG, como o Robert e o Sandro. Por último, e não menos importante, tive o apoio de minha família também. Os conteúdos que estudei para poder desenvolver os projetos de iniciação científica me ajudaram tanto em disciplinas da graduação quanto em disciplinas do mestrado. Além da experiência obtida, a participação em projetos e tutorias, assim como a publicação de artigos científicos, também me ajudaram a somar pontos na etapa de avaliação.

Como tem sido a sua experiência no mestrado na UFOP depois de ter estudado mais de dez anos na mesma instituição?  Quando você era um estudante de curso técnico, você imaginava que poderia vivenciar essa experiência de pós-graduando?

R. Na minha cabeça, eu ainda não deixei o IFMG. Às vezes eu paro pra refletir e percebo que agora sou um aluno da UFOP e um ex-aluno do IFMG. Quanto a minha nova jornada, é uma experiência nova da qual estou gostando bastante, apesar do fato de todo o processo de inscrição, matrícula ter sido realizado de maneira online e também das aulas estarem sendo à distância. A cada dia tenho mais certeza de que fiz a escolha certa. Mal posso esperar para começar a trabalhar na parte experimental do projeto da minha dissertação, poder conhecer pessoalmente os professores e os laboratórios da UFOP. Sinceramente, não me imaginava onde estou hoje. O máximo que eu imaginava na época do curso técnico era que eu estaria trabalhando em uma empresa da região, como técnico ou engenheiro. Naquela época, eu já tinha interesse em cursar engenharia, porém ainda não tinha certeza de qual engenharia ia escolher. Mas acredito que o Luan de 2010 estaria orgulhoso de ver o Luan de 2021 chegar aonde chegou.

Qual conselho você daria aos vestibulandos que querem ingressar no curso de Engenharia Mecânica ou outros cursos do IFMG? E para quem gostaria de realizar o mestrado na UFOP?

R. Gostaria de dizer que é muito boa a experiência de fazer parte do IFMG. Para a graduação, eu aconselho que aproveitem ao máximo o tempo dentro do instituto. Conversem com os professores, participem de projetos, palestras, publiquem artigos, participem de congressos e sejam tutores em alguma disciplina.  Enfim, procurem fazer algo além do necessário para concluir o curso. É recompensador. Já para o mestrado na UFOP, como cada engenharia possui seu programa de pós-graduação, com seus requisitos e formas de avaliação, eu sugiro que escolham o programa de pós-graduação que mais lhes agrade e que esteja alinhado com a área que desejam seguir.

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