RESENHA: “Se Algo Acontecer… Te amo” proporciona experiência estética e reflexão crítica sobre violência nas escolas em 12 minutos

Por Rafael Batista Andrade

Professor do IFMG-Congonhas, Coordenador do ComuniCong e autor do curso Análise e produção de textos de comunicação I, disponível na Plataforma +IFMG

Os 12 minutos de “Se Algo Acontecer… Te amo” são essenciais para estes tempos atordoados nos Estados Unidos, no Brasil e no mundo

            Quando busco filmes e séries para me deleitar dos prazeres proporcionados pela produção audiovisual nas plataformas de Streaming, o tempo de duração da obra é um critério relevante. Foi o que aconteceu com a descoberta de “Se Algo Acontecer… Te amo”, na busca por curtas-metragens na Netflix. Trata-se de uma excelente produção, com 12 minutos de duração. Além disso, o filme atende os requisitos de quem costuma tomar o Oscar como outra referência para suas escolhas, já que levou a estatueta de melhor curta em 2021.

            Com produção e roteiro de Will McCormack e Michael Govier, o filme aborda um problema comum nos Estados Unidos: a insegurança e a violência nas escolas. Um casal rememora os momentos felizes com a filha de 10 anos depois da morte devastadora dela em um tiroteio na escola. Embora a história seja de uma família norte-americana, o tema é universal. Aliás, bastante atual no Brasil, principalmente nos últimos quatro anos, período em que houve incentivo institucional para a população brasileira se armar. Ademais, recentemente vimos, com muita tristeza, casos de violência e morte em nossas escolas.

            Há diversos momentos durante esses 12 minutos que nos comovem, porém a cena em que os pais têm o presságio da perda inestimável da filha é avassaladora.  Pai e mãe, distantes um do outro desde o ocorrido, tentam, imaginariamente, por meio de flashbacks, impedir a ida da filha para a escola. A cena mexe com a nossa emoção e a nossa razão, pois evidencia que a família não consegue resolver um problema que é do Estado. Não só os Estados Unidos deveriam ter encontrado uma solução para casos como esse, como todos os países são instados a fazê-lo, por exemplo, pela Agenda 2030 da ONU: promover sociedades pacíficas é um importante desafio presente no ODS16 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável).

            Enfim, os 12 minutos de “Se Algo Acontecer… Te amo” são essenciais para estes tempos atordoados nos Estados Unidos, no Brasil e no mundo. Seu tempo de duração é um ciclo composto por ideias, poesia, fatos e argumentos. Da mesma maneira que o casal encontra consolo nos momentos felizes vividos com a filha, a nossa razão e a nossa emoção se encontram no final do curta, quando somos convencidos de que precisamos pensar em soluções para o tema durante os 12 meses de todos os anos que vivermos.   

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