Descaso do governo perante crimes de homofobia gera mortes violentas por todo país
Maria Eduarda de Souza Santos
Estudante do curso Técnico Integrado em Mecânica e Diretora de Comunicação do Grêmio no IFMG Campus Congonhas
A simples existência da comunidade LGBTQIA+ já ofende diversos brasileiros. Vários dizem não ser homofóbicos ou respeitar esse grupo de cidadãos, porém não concordam com o movimento. Mais grave que essa discordância é o fato de muitos não se atentarem para a realidade que a comunidade enfrenta no Brasil. De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), numa pesquisa feita pelo Órgão Gay da Bahia (OGB), a cada 29 horas um membro da comunidade é morto neste país.
O cheiro da morte persegue a comunidade, não só no sentido literal. Um pouco de nós morre cada vez que ocorre uma censura ou uma tentativa de boicote, principalmente quando queremos nos expressar culturalmente; seja por meio de livros, seja por meio de filmes, músicas e de outras expressões artísticas. Um exemplo disso foi o que ocorreu com o atleta olímpico Maurício Souza, que repudiou o livro da companhia DC Comics apenas porque a obra apresentava um protagonista abertamente bissexual, tendo um beijo gay em sua capa. Ressalte-se que, mesmo compartilhando conteúdo explicitamente homofóbico, o esportista ganhou cerca de 1,7 milhões de seguidores nas redes sociais.
Além disso, a comunidade vem sendo reduzida a cada caso de assassinato brutal devido à homofobia. Uma perda lastimável para a comunidade foi a do influencer Glau Duarte, que foi espancado até a morte por um “cidadão de bem”. Tudo porque este se implicou com o fato de o primeiro ter usado um vestido. Além de perdas físicas como essa, sentimos que perdemos muitos membros também durante cada fala proferida pelo atual presidente da República, ao longo de todo o seu mandato, afirmando que a existência dessa comunidade ofende seu conceito sobre família e usando um discurso religioso vazio para justificar as atrocidades com as quais ele concorda.
Enfim, todas as falas, censuras e armas feitas com os dedos por muitos bolsonaristas fazem uma mira na cabeça dos LGBTQIA+. Tudo isso faz um verdadeiro massacre a céu aberto da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. No entanto, em anos tão importantes como 2022, ano de eleições, é preciso demonstrar toda a força da comunidade. Enquanto pessoas saem às ruas dizendo protestar por um país mais justo e pregam a morte não só de um, mas de todos os membros desse movimento, outros cidadãos precisam se compadecer com todos aqueles que sofrem discriminação.