Marcia Elisia, graduanda em letras na UFMG, comenta sua trajetória desde seu ingresso em 2017 no Curso Técnico em Mineração no IFMG – Campus Congonhas

Por equipe ComuniCong

“[…]fundei um cursinho popular de redação do Enem em que pude participar da trajetória de muitas pessoas. Essa experiência potencializou todos os demais objetivos que já havia estabelecido”

Marcia Elisia ingressou no curso Técnico Integrado em Mineração no IFMG Campus Congonhas em  2017 IFormou-se em 2019. Após sua formação, ingressou no curso de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde atualmente trabalha como monitora. Nesta entrevista dada, Marcia relata sua experiência no IFMG e no curso de Letras. Também comenta sobre o cursinho que criou, em sua cidade, voltado para produção de redação do Enem. Por fim, ela oferece alguns conselhos para os futuros jovens que almejam ingressar em uma universidade federal em qualquer curso de graduação.

Após sua conclusão no curso Técnico em Mineração, quais eram seus objetivos em relação a sua formação acadêmica? Em algum momento, você pensou em seguir na área de Mineração?

R: Quando concluí o curso técnico em Mineração, meu principal objetivo era ingressar no curso de Letras da UFMG. Eu me preparei muito para isso, com apoio e incentivo de muitos professores do IFMG, durante o 3º ano do Ensino Médio. Eu já estava com um grande interesse na área da Educação. Logo que saiu o resultado do Enem (momento em que já tinha o título de técnico), me vi diante da possibilidade de compartilhar todos os meus conhecimentos, e experiências que tive no meu preparo para a redação do Enem, com os vestibulandos da minha cidade (Moeda – MG). A partir desse momento, fundei um cursinho popular de redação do Enem em que pude participar da trajetória de muitas pessoas em relação a tão sonhada vaga num curso do Ensino Superior. Essa experiência, com certeza, potencializou todos os demais objetivos que já havia estabelecido e, também, se configurou em um. Em relação à atuação na área de Mineração, penso que é uma possibilidade, sobretudo, caso esteja em diálogo com o campo da Educação.

No período em que você estudou no IFMG campus Congonhas, houve alguma prática ou pessoa que influenciou a sua escolha por Letras?

R: A Thadyanara Martinelli (Thady), minha professora de Português e Literatura ao longo de todo o percurso no IF, sem sombra de dúvidas foi uma pessoa que, além de me influenciar, incentivou fortemente a minha escolha por Letras. A oportunidade de ter sido aluna dela foi espetacular e muito enriquecedora. Inclusive me deu uma base enorme para muitas disciplinas da graduação. Sou muito grata por ela ter direcionado meu olhar para essa área de estudos com tanto carinho e atenção. Posso até dizer que, no curso de Letras, eu me encontrei e estou muito realizada. A Thady é uma inspiração e uma referência para mim. Isso na vida pessoal, acadêmica e profissional. Torço muito para que um dia possamos trabalhar em algo juntas.

Tendo em vista a desvalorização crescente da profissão de professor no Brasil, a má qualidade de ensino nas redes públicas e a falta de investimento nos institutos e universidades federais, em sua opinião, quais medidas podem ser tomadas para reverter esse cenário?

R: Essas questões são bem complexas e se relacionam uma com as outras. Na FAE/UFMG (Faculdade de Educação – UFMG), tinha uma faixa muito interessante que dialoga muito bem com esse assunto: “Sem Educação Superior de Qualidade Social, não há futuro para a Educação Básica Democrática, Inclusiva, Laica e para todas as pessoas como DIREITO”. Acredito que o discurso de desvalorização que, infelizmente, é propagado na sociedade brasileira acerca de assuntos ligados à Educação e à Ciência (motivados, até mesmo, por autoridades e sujeitos tidos como referência) é um ponto crucial. Então, é preciso que continue o processo de debater sobre essas questões, buscando conscientizar e combater um discurso que não só impacta aqueles ligados a esses setores, mas, também, o desenvolvimento do país como um todo. Vale destacar que essa deve ser uma ação em conjunto, abrangendo instituições, pesquisadores, estudantes e outros membros da sociedade.

Quais foram e são os maiores desafios do curso de Letras na UFMG?

R: Para mim, os maiores desafios estão sendo aqueles ligados à conciliação entre tempo de estudo e tempo para as outras responsabilidades (no meu caso, monitorias, bolsa de Iniciação Científica e PIBID). Além disso, em cursos da área de Humanas, no geral, há uma enorme quantidade de textos para ler. A falta da leitura deles dificulta muito o acompanhamento das aulas e a realização das atividades. Então, acaba sendo um desafio e um problema muito grande.

Tendo já ingressado na universidade, podendo conhecer o ambiente educacional, você já tem pensado em sua futura carreira universitária, acadêmica ou escolar?

R:  Tenho desejo de iniciar uma carreira acadêmica em Linguística (Estudos do Texto, Análise do Discurso ou Linguística Aplicada). Em todas as vivências que tive/tenho na UFMG, relacionadas à pesquisa e/ou à atuação como pesquisadora, essas atividades me encantaram, fazendo com que me sinta cada vez mais motivada para seguir esse caminho. Também quero ser docente na rede pública (em especial, a rede federal, já que vai contribuir ainda mais no meu trajeto como pesquisadora).

Conquistar uma vaga em qualquer universidade federal exige muita dedicação. Como estudante da UFMG, quais conselhos você daria para auxiliar os jovens que almejam ingressar nessas universidades em qualquer curso de graduação?

R: Pensando na minha experiência como vestibulanda e aluna da UFMG, aconselho que, em primeiro lugar, sempre tente manter o máximo de organização possível para que possa estudar com calma, além de fazer com que esse tempo de dedicação seja realmente significativo e positivo. É muito importante organizar seu tempo e ir definindo pequenas metas para cada dia da semana de acordo com aquilo que precisa ser estudado e/ou revisado. A organização possibilita que você possa estar sempre com seu estudo em dia, mas, igualmente, possa descansar e fazer as coisas que gosta. Outro conselho é buscar sempre fazer bastante questões e redações (reescrever a redação ajuda muito também). Isso ajuda tanto a controlar o tempo gasto para fazer o exame quanto auxilia no processo de se acostumar com o estilo da prova. É importante falar sobre respeitar seus próprios limites e não ficar se obrigando a estudar quando, por exemplo, você não está bem, porque, na maior parte das vezes, isso pode até aparentar uma produtividade, porém, na verdade, você pode acabar apenas se desgastando cada vez mais. Por fim, lembro que é essencial manter a calma (apesar de muitas vezes não ser nada fácil) e não desistir. Todos nós podemos conquistar coisas incríveis e realizar nossos maiores sonhos. No final, tudo vai dar certo!

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