Do curso Técnico em Edificações à Engenharia Civil na UFSJ: Entrevista com A ex-aluna Melissa Cristina Valadares Moreira

Sinto que tive acesso a um ensino de qualidade durante o ERE. Mesmo diante desse cenário, tenho certeza de que consegui absorver o máximo de conteúdos possíveis, o que resultou na minha aprovação em primeiro lugar na UFSJ

Por: Eder Anicio, Jacqueline Miryan e Maria Eduarda Felipe (ComuniCong)

Melissa Cristina Valadares Moreira ingressou no IFMG Campus Congonhas em 2019 para fazer o curso Técnico Integrado em Edificações IFormou-se em fevereiro de 2022. Durante o período em que estudou no IF, participou do ComuniCong e de outros projetos de pesquisa coordenados pelo professor Rafael Batista Andrade. Atualmente está cursando o segundo período do curso de Engenharia Civil na Universidade Federal de São João del-Rei. Além disso, faz parte da Empresa Júnior de Engenharia Civil, onde desenvolve projetos relacionados ao curso, como projetos arquitetônicos, elétricos, estruturais etc.

Como foi a sua jornada fazendo edificações? Você sente que se encontrou nessa área?

R. Desde o Ensino Fundamental II, estudar no IFMG era um dos meus maiores sonhos. Por isso, em 2018, realizei o processo seletivo e fui aprovada. Em 2019, iniciei minha jornada no curso Técnico em Edificações. Ao ingressar no instituto, passei por um longo período de adaptação. Era algo totalmente novo. Foi a primeira vez que estudei em período integral e tive contato com 16 disciplinas ao mesmo tempo. Por isso, me acostumar com essa nova rotina não foi fácil, mas se tornou algo mais leve e divertido na companhia dos amigos que eu conheci lá e que estão presentes na minha vida até hoje. Infelizmente, devido à pandemia de Covid-19, em dois dos três anos em que estudei no IFMG, as atividades e as aulas foram realizadas remotamente, o que exigiu que eu me adaptasse novamente a uma nova rotina. Mas, mesmo diante desse cenário, o meu interesse pelo curso crescia exponencialmente. Concluí o curso em fevereiro de 2022 e, hoje, ao olhar minha trajetória no curso, me sinto muito realizada, pois, mesmo diante de todos os desafios com os quais me deparei nesse período, que foram muitos, eu consegui realizar o meu sonho de estudar em um Instituto Federal e me aprofundar na área da Construção Civil, área em que me encontrei profissionalmente e pela qual tenho uma enorme admiração.

Conte-nos um pouco sobre sua participação no ComuniCong. Houve algum aprendizado que você pôde obter nesse projeto, apesar de ele aparentemente ter pouca relação com o seu interesse pela engenharia?

R. Participar do ComuniCong foi uma experiência única e que me proporcionou diversos conhecimentos. Durante a minha participação no projeto, realizei entrevistas, escrevi artigos de opinião e crônicas, além de desenvolver outras atividades relacionadas à área de linguagens, sempre com a orientação do professor Rafael. Devido a isso, consegui desenvolver fortemente a minha habilidade de escrita, o que foi um dos fatores contribuintes para o meu bom desempenho na redação do ENEM, forma que me permitiu ingressar na universidade. Particularmente, gostei muito de fazer parte desse projeto tão bonito, que foi responsável por despertar em mim o interesse de participar de dois projetos de pesquisa, também relacionados à área de linguagens e orientados pelo professor Rafael. De fato, o meu interesse pela engenharia surgiu muito antes da minha participação no projeto. Entretanto, o aprendizado que eu obtive durante esse período impactou diretamente a minha vida até hoje, visto que o desenvolvimento da minha capacidade de escrever de forma mais objetiva e correta é utilizado por mim a todo momento durante a graduação, tanto na realização de trabalhos e relatórios, quanto na escrita de documentos na Empresa Júnior da qual faço parte.

Como tem sido a sua experiência cursando Engenharia civil?

R. Está sendo uma experiência incrível, mas ao mesmo tempo muito desafiadora. Atualmente estou no segundo período do curso e, durante esse tempo, venho aprendendo constantemente sobre a engenharia civil e me encantando ainda mais pela área! Há alguns anos atrás, a minha visão sobre o que era a engenharia se limitava a desenvolver projetos e executá-los, mas, hoje, mesmo com pouco tempo na graduação, tenho uma visão mais ampla e vejo a engenharia presente em muitos momentos do meu cotidiano, além de entender melhor os seus impactos e a sua importância para a sociedade, o que me motiva a estar sempre em busca de novos conhecimentos que possibilitem que eu me torne uma profissional de referência e que está sempre inovando no meio da construção civil.

O curso técnico em Edificações contribuiu, de alguma maneira, para sua decisão de escolher Engenharia Civil?

R. Com toda certeza! Desde criança sou fascinada pela área da construção civil e, desde então, o desejo de aprender mais sobre o assunto e atuar nesse ramo vem crescendo constantemente em mim. Devido a isso, decidi cursar o técnico em Edificações e, durante a minha trajetória no curso, me identifiquei com muitas disciplinas. Não me imaginava em outro nicho de atuação. Por isso, ao final do curso, tinha certeza de que queria continuar os meus estudos sobre a construção civil e, então, decidi ingressar no curso de Engenharia Civil, curso pelo qual me apaixono um pouco mais a cada dia.

Tendo em vista a pandemia de covid-19, você acha que a implementação do ensino remoto no IFMG-Congonhas prejudicou os seus estudos, mesmo que tenha conseguido a aprovação em primeiro lugar na UFSJ?

R. A pandemia foi uma realidade totalmente desafiadora tanto para os discentes quanto para os docentes. Nesse contexto, o ensino remoto emergencial foi a melhor solução no momento. Diante dessa situação atípica, o período de adaptação a esse novo modelo de ensino foi muito desafiador, exigindo muita disciplina e comprometimento dos alunos. No que tange à formação dos alunos, percebi muito esforço da parte dos professores, que faziam o melhor para que os alunos tivessem acesso ao conteúdo e o processo de aprendizado não fosse prejudicado. De fato, sinto que tive acesso a um ensino de qualidade durante o ERE. Entretanto, as atividades práticas relacionadas ao curso ficaram prejudicadas, uma vez que essas atividades eram realizadas presencialmente e, como estávamos todos em isolamento, isso não era possível. Mesmo diante desse cenário, tenho certeza de que, devido a minha dedicação e interesse de estar sempre em busca de conhecimento, consegui absorver o máximo de conteúdos possíveis, o que resultou na minha aprovação em primeiro lugar na UFSJ, no curso em que sempre sonhei.

Até o momento, qual projeto realizado na empresa júnior de engenharia civil você considera ter sido o mais importante para sua formação?

R. Inicie minha jornada na empresa júnior em maio deste ano e desde então tive contato com alguns projetos que estão sendo fundamentais para a minha formação profissional, visto que, para que seja entregue um projeto de qualidade, é necessário muito estudo e dedicação. Entretanto, dois deles são muito marcantes para mim: o projeto de combate a incêndio e pânico e o projeto estrutural, respectivamente. O primeiro foi muito importante para o meu desenvolvimento, pois esse é um projeto que eu não conhecia antes de ser membro da EJ. Além disso, esse foi o primeiro projeto que eu participei integralmente do seu desenvolvimento, desde o estudo das normas até a impressão das folhas. O segundo projeto mencionado, o projeto estrutural, é o de que estou participando atualmente e que considero muito importante para o meu desenvolvimento também. Isso porque é a primeira vez que estou tendo um contato mais aprofundando com esse tipo de projeto, que, assim como os demais, são essenciais na formação de um engenheiro(a) civil.

Facebook
Twitter
Telegram
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também

Hoje na história de Congonhas

Em 15/11…

15/11/1856 – Em um dia como esse ocorria o primeiro

@hiperteianoticias