Oswaldo Montenegro faz um mix de suas capacidades profissionais e produz filmes, tendo como trilha sonora suas próprias músicas.
Por Flávia Félix, Ana Clara Moreira e Laisa Cristina
Oswaldo Montenegro é um cantor e produtor de filmes. Além de “Solidões”, ele produziu também “A chave do Vale encantado”, “O perfume da memória” e “Leo e Bia”. Em 1972, ele teve sua música “Automóvel” classificada no Festival de Canções de uma grande emissora: a Globo. Já em 1979, ele lança seu disco “Oswaldo Montenegro”, pela WEA, que mais tarde passa a ser seu primeiro disco de ouro. No seu curta metragem “Asas – Solidão de Mineiro”, uma das trilhas sonoras é “Asas”, em que, principalmente no verso “Asas pra roubar um sonho bom do gás”, evidencia a história central: um mineiro que deixa sua cidade para iniciar, no Rio de Janeiro (RJ), sua carreira artística.
Montenegro, a partir da história do mineiro Pedro Paulo Lucas (O Três), retrata, com leveza e senso de humor, a imensidão de acontecimentos daqueles que escolhem seguir seus sonhos – independentemente de quais sejam –, mesmo que isso cause consequências, em alguma das vezes, desagradáveis.
O Três, nascido em Coração de Jesus (MG), é um jovem que, influenciado pelos amigos, a mãe e pela sua própria vontade, vai para o Rio de Janeiro em busca de realizar um sonho: ser cantor. O que ele não esperava é que suas expectativas e a dos seus amigos, em relação à idealização de sua carreira artística, fossem subestimadas. Um exemplo dessa comparação, entre expectativa e realidade, é quando sua mãe e ele receberam um sinal – “Num canal tinha um padre cantando e no outro uma novela que passava no Leblon (RJ)” – para que o mineiro fosse realizar o seu sonho. Mas, no tempo em que contou sua vivência na cidade, nada conquistou, a não ser cantar nas esquinas e ganhar pouquíssimo dinheiro, sendo inclusive roubado por uma prostituta.
Apesar das adversidades vividas por Três, ele enfrentou de forma leve e aproveitou todas as oportunidades que surgiram, mesmo que fossem mínimas. A história contada no curta-metragem evidencia o que muitas pessoas vivem, principalmente aqueles que saem de cidades pequenas para metrópoles em busca de melhores oportunidades. Esse fato ocorre devido à inocência e à ignorância dessas pessoas que não têm acesso a muitas informações.
Enfim, o curta-metragem enfatiza que a vida não é tão fácil quanto a idealizamos e que tudo exige um processo doloroso para se chegar aonde almeja. Apesar de termos que abrir mão de algumas coisas e de sofrermos com isso, não devemos desistir dos nossos sonhos, e sim nos sentirmos impulsionados por eles, assim como Pedro Paulo Lucas fez.