#Crítica | Round 6: o grande sucesso da Netflix em 2021

Por Bruna de Oliveira / Estudante do Curso de Licenciatura em Letras do IFMG – Congonhas

Embora a série explore valores considerados antagônicos, o enredo se desenvolve de forma semelhante a um reality, incitando o espectador a tentar adivinhar qual será o próximo participante eliminado

A recente produção da Netflix – Round 6 – tem chamado a atenção pela sua trama envolvente e personagens cativantes. Lançada em setembro deste ano, a série já conta com mais de 110 milhões de visualizações em sua plataforma de streaming.

O fenômeno de audiência foi desenvolvido por Hwang Dong-hyuk e conta a história de uma série de pessoas endividadas que aceitam participar de um desafio que envolve alguns jogos infantis, baseado em brincadeiras comuns da infância, como “Batatinha frita 1, 2, 3”, “Amarelinha”, “Bolinha de gude”, dentre outros.

O que eles não sabem é que esses jogos não são tão simples quanto parecem, tampouco inocentes. À medida que os participantes são eliminados, perde-se a chance de se ganhar o prêmio e, também, a vida.

É por esse motivo – a dizimação de uma existência por um jogo aparentemente ingênuo – que a série ganha seu toque de terror por meio de cenas altamente aflitivas e, claro, banhadas a muito sangue. No início do drama, os personagens secundários vão sendo executados, mas, à medida que os demais avançam nas fases do jogo, vão se destacando seis com grande potencial para vencer a competição, mas, para que isso aconteça, fez-se necessário que se organizassem em pequenos grupos, movidos pelo instinto de sobrevivência e, também, pela vontade de serem campeões.

O mais interessante em relação a esses personagens é que eles são dotados de personalidades muito distintas, mas, em comum, possuem histórias de vida comoventes que seduzem os espectadores. Cada um, a seu modo, carrega trajetórias bastante peculiares, além de serem dotados de um enorme carisma que os colocam como merecedores de ganharem (ou não) o prêmio, fazendo com que o público se identifique e torça por seu favorito.

Apesar da exacerbada presença de cenas cruéis, a série também aborda temas sociais de uma maneira incomum, uma vez que os jogadores aceitam participar de um desafio que coloca em risco a sua própria vida e de seus companheiros, causando rivalidade entre os companheiros que se tornaram amigos a partir do subgrupo que criaram. Nesse sentido, é possível dizer que a série evidencia como o capitalismo desenfreado é capaz de controlar a sociedade atual e, até mesmo, sucumbir valores tidos como universais.

Embora a série explore valores considerados antagônicos, o enredo se desenvolve de forma semelhante a um reality, incitando o espectador a tentar adivinhar qual será o próximo participante eliminado. Para os fãs de mistério que chegaram até o final presumindo que todas as incógnitas fossem decifradas, o encerramento da série pode ser bastante frustrante, porque, no último episódio, “Um dia de sorte”, algumas questões ficaram em aberto, deixando um gostinho de “quero mais”, além de fornecer inúmeras possibilidades de desenvolvimento para uma nova temporada.

Sem maiores explicações, os fãs insatisfeitos desenvolvem e compartilham teorias em suas redes sociais, enquanto os desenvolvedores ainda não se pronunciaram se produzirão uma sequência para a trama.

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