Por Ana Luiza Santos Souza
Estudante do 2º ano do Curso Técnico Integrado em Edificações (IFMG-Congonhas)
O retorno de algumas escolas apenas acentuaria ainda mais a desigualdade social, principalmente no âmbito educacional
Com o aumento do número de vacinados, a quantidade de casos graves da covid-19 diminuiu pelo país todo, e a cidade de Congonhas não se mostra contrária a essa evolução. Porém, mesmo com esse avanço em prol do fim da pandemia, ainda devemos ter cautela. Acredito que toda a população esteja ansiosa para a volta da “vida normal”, mas não concordo que já estejamos prontos para a retomada das aulas presenciais em todos os nossos centros de ensino.
Segundo o site www.escolas.inf.br, Congonhas tem 56 escolas ao todo, sendo vinte nove escolas municipais, seis estaduais, vinte particulares e uma federal. Como é de conhecimento geral da própria população congonhense, muitas dessas escolas não tem recursos suficientes para esse retorno, sendo necessário espaços grandes e/ou abertos, álcool em gel 70% disponível para todos os colaboradores e alunos, uso de máscara para todos, distanciamento dentro das salas e corrente de ar nas mesmas. Quem conhece a realidade de algumas escolas na cidade, dando ênfase às escolas municipais, principalmente as rurais, sabe que essa realidade não é possível sem uma grande reforma estrutural.
Acredito também que o retorno de algumas escolas apenas acentuaria ainda mais o que temos visto em peso nessa pandemia: a desigualdade social, principalmente no âmbito educacional. As escolas privadas muitas vezes têm um recurso maior e, por isso, seria possível o retorno presencial nessas, o que agravaria a disparidade pedagógica. Ao mesmo tempo, o ensino remoto, muito praticado durante a quarentena, também agrava essa situação, deixando-nos com poucas opções para mudar essa realidade. Algumas escolas da cidade, como o Instituto Federal, recebem alunos de várias cidades da região, o que poderia causar o aumento de casos tanto em nosso município, como nessas outras cidades, fazendo o vírus se espalhar cada vez mais.
Portanto, entendo, como cidadã, mas principalmente como estudante, a necessidade do retorno presencial, tanto para a convivência dos alunos (principalmente os que ainda estão na Educação Infantil, e precisam desse contato para formarem laços e personalidades.), quanto para a educação dos mesmos (visto que, segundo o G1, a epidemia aumentou os casos de alunos que se sentem desmotivados a estudar.). Entretanto, colocar a vida dos mesmos e de suas famílias em risco não é a melhor solução para o problema. Isso apenas agravaria o número de casos e, consequentemente, o número de vidas perdidas para a covid-19 na cidade, que já contabiliza mais de cem.