Por Bruna de Oliveira

Estudante do Curso de Licenciatura em Letras do IFMG-Congonhas.

O feminismo que eu defendo é aquele que se baseia na ideia de liberdade, sem implicar em nenhum tipo de ideia extremista e misândrica

Durante séculos, as mulheres vêm sendo oprimidas e discriminadas pelo simples fato de serem mulheres, embora o grito pela igualdade venha aumentando a cada dia e tenha se tornado mais forte a partir daquelas que, aos poucos, conquistaram o seu lugar na sociedade.

Bertha Lutz, por exemplo, foi conhecida por ser a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras ao se empenhar pela aprovação da legislação que outorgou o direito a votarem e serem votadas. Outra pioneira foi Margaret Sanger que auxiliou na criação das pílulas anticoncepcionais, dando a mulher o poder de escolha sobre ter filhos (ou não).

No campo da política, pode-se citar Dilma Rousseff que, em 2011, tornou-se a primeira presidenta do Brasil. Anteriormente a Roussef, no século XVIII, a ativista francesa, Olympe De Gouges, foi uma das primeiras mulheres a reivindicar seus direitos como indivíduo, ao propor um mundo igualitário entre homens e mulheres. Antes de ser morta, no entanto, bradou ao mundo uma de suas frases mais emblemáticas: “Ó mulheres, mulheres, quando deixareis vós de ser cegas?”, despertando, em muitas, a ideia de que o sexo não é motivo para discriminação e da iminente necessidade de mudanças. De acordo com alguns especialistas, é a partir desse momento na história mundial que surge o feminismo, o qual vem conquistando grandes avanços na sociedade.

Um dos elementos que propiciaram esse avanço é a popularização das mídias sociais, as quais vêm permitindo aos indivíduos exporem seus pensamentos e pontos de vista em relação ao mundo. Com o advento dessas ferramentas, as mulheres têm usado esse recurso, cada vez mais, como oportunidade de propagar seus ideais e conquistar mais adeptas ao movimento. Entretanto, o que se percebe é que os princípios têm sido corrompidos com discursos de ódio e algumas ideias supremacistas. Como exemplo, pode-se citar o livro “Eu Odeio Os Homens”, de Pauline Harmange, no qual Harmange afirma que o ódio pelos homens não deveria ser expresso através de violência, mas por meio do combate contra o sexismo, incitando as mulheres a nutrirem aversão ao masculino e tudo o que representa.

É por meio da veiculação de discursos como o de Harmange que ouvimos, com grande frequência, falas como “sua opinião é inválida porque você é homem” ou “a vida é melhor sem os homens” em determinados grupos socias. Também é comum haver afirmações categóricas a respeito de algumas atitudes tomadas pelas mulheres, como, por exemplo, se elas optarem por deixar seus empregos para dedicarem-se à família, elas estarão contribuindo para a ascensão masculina, ou ainda, o simples ato de se depilarem ocorre em razão de estarem sofrendo opressão da sociedade.

Para além desses exemplos, podem-se citar outros, como o fato de uma mulher não querer exibir o seu corpo estar relacionado ao controle masculino, se é favorável a determinado partido político, corre-se o risco de ser acusada de trair aquilo que acredita ou se se maquia, o faz para tentar agradar aos homens. Em casos extremos, algumas mulheres são tolhidas e não podem pertencer ao movimento feminista, caso não demonstrem uma postura de ódio veemente aos homens.

Por situações como essas que surge uma questão relevante: Que tipo de movimento é este, que ao tirar a liberdade das mulheres, impõe outro padrão? A meu ver, temáticas como o feminismo são irrelevantes, quando comparadas às lutas diárias vividas pelas mulheres. Entretanto, torna-se indispensável não deixar de lado os verdadeiros motivos que levaram a criação desse movimento revolucionário, que busca eliminar a ideia de “sexo frágil”. Vale salientar que o objetivo do feminismo não é acabar com os homens; mas fazer com que eles percam uma série de privilégios em razão de seu gênero.

Para mim, o que é mais relevante nesse tipo de movimento é que as mulheres podem ser o que elas quiserem, haja vista que, conforme afirmou Simone de Beauvoir, “não há nada que nos defina, tampouco nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.” Por esse motivo, o feminismo que eu defendo é aquele que se baseia na ideia de liberdade, sem implicar em nenhum tipo de ideia extremista e misândrica, percebida em grande parte dos movimentos na atualidade.

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