por Jornal O Tempo

A multiartista mineira Luísa Bahia está lançando nesta sexta (11), nas plataformas de streaming, seu novo single, “Ciberneticamará”. Com participação da pernambucana Flaira Ferro, a música entoa a liberdade e celebra a união entre a tecnologia da “cibernética”, ciência do controle automático e da comunicação, e a ancestralidade da palavra “camará”, que no contexto da capoeira quer dizer companheiro.

A produção musical da faixa leva a assinatura de Rafael Fantini, enquanto Ethel Braga se incumbe da direção do clipe. Música de Luísa Bahia e Gabo da Luz, “Ciberneticamará” surgiu em 2017 e foi uma das primeiras composições da cantora, compositora, atriz e poeta. “Fiz a letra e a melodia e depois Gabo, grande parceiro musical, fez a harmonia.

A música faz parte do repertório do meu show autoral ‘Coisa de Bicho’, desde 2018, mas em 2021 ela ganhou uma nova cara e refrão. Nunca pensamos e sentimos tanto a perspectiva das múltiplas conexões”, conta a artista. “‘Ciberneticamará’ traz a multiplicadade de assuntos, poéticas e sonoridades que estarão presentes no meu disco autoral, que em breve chega aí”, prossegue.PUBLICIDADE

A mineira também reverencia Gilberto Gil no título, que remete a “Parabolicamará”, álbum e música do baiano, de 1991. “Honro muito a influência do Gil, que surgiu de uma maneira muito orgânica. Cibernética é a ciência do controle das relações entre seres e máquinas e camará é uma flor e ao mesmo tempo a ideia de companheiro, no contexto da capoeira. Achei bonito juntar essa era cyber que nos conecta, mas que ao mesmo tempo é tão fria, com o camará, que simboliza a potência do encontro caloroso nessa roda do mundo”, diz a artista, refletindo sobre como os assuntos da canção atravessam sua vida. “A espiritualidade é um forte tema para mim e brinco com essa fé que é livre, despretensiosa e cheia de amor pra dar. O absurdo e o fantasioso estão na minha poesia e, por fim, há a política de ser mulher e fazer uso da dança, da cena, da poesia, para fazer revolução”.

A letra não podia combinar mais com Flaira Ferro, que é cantora, compositora e, também, dançarina. “Flaira é uma artista maravilhosa, inspiradora e muito generosa. Nos conhecemos numa residência artística de perfomance em São Paulo, em 2016. Depois disso comecei a acompanhar com muita admiração o trabalho dela. Daí surgiu essa oportunidade, fiz o convite e ela topou de pronto. Acho que o feminismo, a espiritualidade, a bruxaria, a performatividade, mas sobretudo a brincadeira, nos conectam”, diz Luísa, ressaltando a importância de Rafael Fantini na “alquimia” da faixa. “O Rafa colocou no caldeirão da nossa canção, uma característica mais jazzística que a música já trazia, mas trouxe algo bem dançante, com os graves do maracatu, a batida de funk e os beats. Brincamos muito com as falas e risadas, deixando a coisa mais ‘bruxística’, sublinha.

O single foi selecionado pela Noize Records Club, dentre mais de 400 projetos e, foi realizado pelo incentivo do Edital Gira 2021. 

Videoclipe

O clipe de “Ciberneticamará” se inspira na teatralidade das duas artistas e mistura cenas de cyber gambiarras, pirotecnia, dança e truques de mágica. “O vídeo foi gravado em estúdio, em São Paulo, e de forma remota, com a Flaira, em Recife. Foi fruto de muitas parcerias e envolveu o trabalho de profissionais incríveis”, afirma Luísa Bahia. “Tivemos diversas inspirações. As performances em foto e vídeo da atriz Vera Holtz, foram uma grande referência, o jeito minimalista de brincar com gestos e objetos, nos fisga intensamente.  Uma bruxona! O universo mágico do fotógrafo Tim Walker também foi ponto de partida para a construção das imagens”, conta.

Luísa Bahia
Luísa Bahia é cantora, compositora, atriz, poeta e performer, natural de Congonhas. Formada em teatro pelo Cefart e pela UFMG, com intercâmbio para a Università di Bologna – Itália, desenvolve criações que integram música, teatro, dança, poesia, performance e vídeo.

Em 2016, estreou a peça-show “Risco”, com co-direção de Ricardo Alves Jr. e dramaturgia própria publicada na Coletânea Janela de Dramaturgia pela Editora Perspectiva. Em 2018, foi diretora e dramaturga da Cena Curta Brasa, uma das vencedoras do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto.

Desde 2017 coordena a Plataforma Doras (encontro artístico de mulheres cis, trans e pessoas não binárias). Desde 2018, circula com o seu show autoral “Coisa de Bicho”, tendo lançado os singles/clipes “Leoa Azul”, “A Brisa Arde” e os vídeo-poemas “Tatuada” e “Lembretes”. Atualmente, além do show, conduz cursos de artes Integradas e prepara seu primeiro livro de poesia.

Facebook
Twitter
Telegram
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja também

Hoje na história de Congonhas

Em 26/11/1974

Promulgada em Congonhas a Lei Municipal nº 617 que criava

@hiperteianoticias